Minha dependência da Internet
A internet comercial ganhou força no Brasil a partir de 1995, com a chegada do UOL – Universo Online – e a propagação dois provedores no país. E, com muito orgulho, posso dizer que, apesar da pouca idade, aproveitei das maravilhas do universo da internet desde os seus primeiros sites. As aulas de informática no colégio começaram quando eu tinha apenas quatro anos de idade e, no Natal de 95, aos seis anos, já tinha convicção de que jamais me separaria daquele objeto mágico chamado computador e fiz de tudo para ganhar um do Papai Noel. Objetivo alcançado, restava-me explorar tudo o que aquele Windows 95 me proporcionava.
A princípio, Paint e minha coleção de CD-ROMs me satisfaziam, Depois, sempre ávida por aprender, vi no Cadê uma diversão muito mais empolgante que o Guia dos Curiosos, meu livro de cabeceira à época. Aos nove anos, começava a rotina de dormir na casa de uma amiga e ficar horas na frente do computador, inventando personagens e rindo no Bate Papo UOL, totalmente alheias ao risco que nos expúnhamos com essa brincadeira. Com 10 anos, já tinha meu próprio e-mail e criava meu primeiro login no ICQ, o que elevaria consideravelmente a conta de telefone. Os 11 trouxeram uma novidade: os blogs, diários virtuais aos quais não permitíamos que ninguém tivesse acesso. Esse desejo por privacidade não duraria muito: no ano seguinte, a febre era o fotolog e quanto maior o número de visitas e de comentários, maior o seu status e popularidade.
O ICQ ia perdendo terreno e o MSN começava a ganhar força quando eu tinha 13 anos. Ninguém deixava de sair de casa, de aproveitar a vida off-line, mas passávamos cada vez mais tempo conectados, principalmente nos horários em que não sobrecarregávamos a conta telefônica e as companhias cobravam menos pulsos: sextas depois da meia-noite, sábados a partir das duas da tarde e domingos. Pré-adolescente, passava grande parte do tempo conectada aos sites das revistas que lia, divertindo-me com os testes e o conteúdo exclusivo disponibilizado nas homepages da Capricho, Atrevida e TodaTeen.
Nos anos seguintes, viriam o Orkut e o Flogão. MSN seria quase um consenso: todo mundo tinha. A banda larga ficava mais acessível e o tempo online crescia exponencialmente. Ensino Médio e cursinho cultivaram em mim o hábito de frequentar sites noticiosos e a faculdade de jornalismo me ensinou que o jornalista multimídia, apto para o mercado de trabalho do século XXI deveria conhecer – e utilizar – as redes sociais. Não perdi tempo e corri criar minha conta no Facebook, MySpace, Gazzag, GoodReads, Skoob, Blip.fm, Tumblr, Foursquare, Pinterest… a lista é extensa. A criação de um blog profissional, quase um portfolio no WordPress, foi apenas mais um passo para o meu discurso que mais do que lazer e diversão, a internet é indispensável à minha formação e à profissão que escolhi. Sendo assim, como imaginar-me sem ela?
Seria o cenário de um filme assustador. O caos. Seria quase o mesmo de, se repente, ficar órfã, afinal a web faz parte da minha história há tanto tempo e com tanta intensidade que me faltam palavras para descrever a quão desamparada me sentiria sem as ferramentas virtuais que, além do computador, acesso freneticamente pelo celular.
(depoimento escrito em 09/03/2012, para a aula de Novas Mídias I)